Até poucos anos, planejar a carreira significava escolher uma faculdade, para alguns afortunados, especializar-se num assunto, procurar um bom emprego e trabalhar, se possível, em poucos lugares e por um bom tempo em cada um deles.
Hoje em dia, profissionais de todas as idades precisam se preparar para trabalhar num mercado em constantes mudanças, na maioria das vezes condicionadas ao surgimento de tecnologias que criam continuamente novas dinâmicas nos negócios.
Todas estas transformações fazem com que tanto as profissões que nasceram fruto das mudanças, quanto as novas maneiras de desenvolver atividades de carreiras consolidadas, sigam desafiando a todos, pois exigem profissionais engajados e cada vez mais preparados para lidar com a velocidade das transformações.
As instituições de ensino têm um papel fundamental na hora de preparar as pessoas para essa nova realidade do trabalho. O currículo acadêmico precisa estar continuamente sendo revisto para estar cada vez mais próximo das necessidades organizacionais ao mesmo tempo que precisa fornecer fundamentos teóricos necessários para o desenvolvimento humano. Dessa forma, é preciso proporcionar o contato do estudante com esse universo em transformação constante desde o ingresso na educação básica, estimulando o desenvolvimento de competências socioemocionais durante todo o percurso acadêmico e permitindo que todos tenham capacidade e metodologia de pesquisa, ferramentas para o autodesenvolvimento, princípios éticos e pensamento crítico.
Uma vez que a necessidade de atualização é constante, os cursos, sejam curriculares ou livres, têm um papel essencial na preparação de profissionais para essa nova realidade de trabalho. Tanto os programas de aprendizado quanto os professores precisam estar atualizados às transformações no mundo e precisam cuidar dos alunos em relação ao desenvolvimento de competências. As formas de educar precisam se adaptar à realidade. Educar por projetos, explorando competências múltiplas dos alunos e saindo do padrão aula-prova já fazem parte da maioria das escolas pelo mundo afora. O professor passa a ser um misto de curador e mentor. Mesmo para aqueles que optam pelo autoaprendizado, ter método e apoio no desenvolvimento do conhecimento é fundamental.
Deve-se, também, observar os profissionais puramente imediatistas e continuamente insatisfeitos. Estes devem ser orientados a rever suas formas de agir e seus objetivos. Precisamos incentivar que se busque um equilíbrio entre o senso de urgência e o dinamismo, uma vez que estes requisitos facilitam a adaptação da pessoa ao trabalho, viabilizando a resolução de problemas complexos, uma competência essencial num mercado cada vez mais sofisticado, competitivo e exigente, no qual reciclar-se é a garantia da manutenção, do desenvolvimento e do crescimento no trabalho.
Para finalizar, o caminho para enfrentar esses desafios passa por um processo de autoanálise e autoconhecimento, pela identificação de propósito, apesar deste tema estar um pouco desgastado, pelo mapeamento de objetivos pessoais e profissionais e pela disposição para o aprendizado contínuo, seja no caminho inicialmente escolhido ou nas alternativas que certamente se apresentarão no futuro, sem deixar de lado dar mais valor para o tempo que a pessoa dedicará às pessoas que ama, aos cuidados com a saúde e com o lazer.
Do lado das empresas, estas devem expor claramente seus propósitos e objetivos, pois é a forma mais eficiente para a contratação de profissionais que compartilhem seus objetivos, o que facilita a estruturação de times que permaneçam na empresa por um bom tempo. Assim, todos ganham.